Mas o que é que
Jesus andou a pedir ao Pai?!
DOMINGO XIX
TEMPO COMUM | ANO C
Este domingo o
Evangelho de Jesus surge com um tema desafiante, fala-nos de oração, do pedido a
Deus, da fé. Além disso a Igreja convida-nos a rezar pelas missões.
Em primeiro
lugar, conhecendo bem os seus discípulos, Jesus toca num ponto crucial para
quem O quer seguir: “a necessidade de orar sempre sem desanimar”. Jesus
conhece-nos bem, sabe a nossa fraqueza e a facilidade com que desanimamos
quando O seguimos. E por isso explica-nos, com a sua vida e com esta parábola
do juiz, o que devemos fazer. Do que já vamos sabendo acerca de Jesus, quantas vezes
os Evangelhos nos mostram Jesus a rezar ao Pai? Muitas vezes à noite, muitas
vezes sozinho, muitas vezes longe, no testemunho de unidade e confiança de quem
sabe que é um só com o Pai e que o Pai atende os seus pedidos. Mas este Jesus
que assim reza e confia é o mesmo que morre na cruz! Parece que não tem sentido!….
Afinal o que é que Jesus andou a pedir ao Pai?!... Parece que afinal Deus não
nos atende assim tanto… Mas o que é que Jesus andou a pedir ao Pai?! Também
comigo pode parecer que acontece a mesma coisa, que Deus não atende os meus
pedidos… Mas o que é que Jesus andou a pedir ao Pai?!...
De facto, como
entender Deus quando tanta coisa de mau existe à nossa volta? Para o nosso
pensamento se Deus existe, o mal não devia existir! Não é isto que tantas vezes
pensamos?
Desafiante, não? Mais uma vez à beira do
mistério e Jesus, no Evangelho de hoje, continua a dizer-nos apenas que peçamos
com confiança. Mas olhamos para Ele e verificamos que morreu na Cruz! Então o
que é que Jesus andou a pedir ao Pai?! Será que um pouco do segredo está aí? De
facto, não rezou Jesus durante toda a sua vida a pedir para que se cumprisse a vontade
do Pai? Essa foi mesmo a oração de Jesus durante toda a sua vida. E o Pai
atendeu-O: Jesus fez sempre a vontade do Pai. Não foi Ele «obediente até à
morte, e morte de Cruz»?
Aprendemos
com Jesus? Podemos agora nós pedir a Deus: «Pai, seja feita a vossa vontade»? Podemos
rezar: «Pai, seja feita a vossa vontade assim na terra como no céu»? Podemos repetir:
«Pai, seja feita a tua vontade e não a minha»? Podemos dizer: «Pai, seja feita
a tua vontade e não o que as modas impõem»? A Jesus o Pai atendeu…
Em segundo
lugar, Jesus parece ligar a oração com a fé. No fim da parábola Jesus pergunta
se quando voltar «encontrará fé sobre a terra». Que coragem temos para rezar?
Que coragem temos para lutar contra a preguiça, contra o sono, contra os muitos
afazeres, contra o fazermos a nossa vontade? Não sentimos a nossa fé a desvanecer-se
quando deixamos de rezar? A nossa relação com Deus não abranda? Que coragem,
fidelidade e vontade temos?
O mundo espera
por nós, pela nossa oração, pela nossa vida, pela nossa ação. E este Domingo é
especialmente desafiante. Não mexe connosco o sofrimento dos outros? Aqueles
que não conhecem Jesus? Os que estão doentes? Os que não têm alimento ou abrigo?
Os que não têm paz?
Rezemos por eles, rezemos pelas missões, e perguntemos ao Pai, tal como Jesus, qual é a Sua vontade acerca de nós para eles.
Rezemos por eles, rezemos pelas missões, e perguntemos ao Pai, tal como Jesus, qual é a Sua vontade acerca de nós para eles.
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