Domingo XI -
Tempo Comum
" São-lhe perdoados os seus muitos pecados, porque muito amou; mas
aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama."
As leituras
deste XI Domingo do tempo comum falam-nos do perdão. Na primeira leitura Deus
diz a David, pelo profeta Natan as muitas graças que lhe concedeu; mas ele
ainda não está satisfeito, quer mais e por isso vai tomar o que não lhe
pertence, a mulher de Urias. Para alcançar este fim não olha a meios, e mata Urias.
Também nós raramente estamos satisfeitos com aquilo que temos ou somos e por
isso desejamos ter mais. David fechou os ouvido e o coração à Palavra do Senhor
- " Como ousaste desprezar a palavra do Senhor fazendo o que é mal aos
seus olhos?", o nosso pecado está em sermos servos dos nossos apetites, em
queremos substituir-nos a Deus e não queremos escutar a sua Palavra.
O Evangelho
fala-nos de uma mulher pecadora em contraposição a um fariseu que se achava intocável.
Mas vejamos o que se passa: a mulher aproxima-se de Jesus numa atitude humilde,
confiante, sem nada dizer, apenas chora e com as suas lágrimas lava-lhe os pés.
O que o fariseu faz? Este apenas se limita a fazer juízos superficiais sobre a
mulher, tendo em atenção o seu passado. Jesus olha a mulher com amor, vê o seu
arrependimento, a sua humildade, ou seja, Jesus vê o interior não se fica pela
superficialidade, ao contrário do fariseu.
Destas duas
leituras, vemos como Deus é misericordioso, sempre disponível a perdoar as
nossas faltas; mas para que tal aconteça é necessário reconhece-las e de forma
humilde e confiante colocarmo-nos aos pés de Jesus que sempre nos perdoa.
Acontece também
que muitas vezes resistimos a fazer um caminho com Deus porque nos consideramos
muito pecadores -“eu sou muito pecador e não sirvo para me entregar a Deus”.
Esquecemo-nos que Deus usa precisamente o nosso pecado para nos conceder a
graça do arrependimento – que nos abre à relação com Ele.
Na segunda
leitura, vemos Paulo que faz uma profissão de fé profunda quando afirma que:
" já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim." Paulo sente-se
habitado por Cristo, ele morre para os seus apetites, para a sua
"vidinha", para as suas certezas., morre para viver. Esta confiança
de Paulo é a confiança de quem se sabe nas mãos daquele que não nos julga
segundo critérios humanos, mas segundo a lei do amor.
Ao longo desta
semana, gostaríamos de deixar um desafio. Porque não fazermos também nós a
experiência do perdão de Cristo? Fica o desafio de nos aproximarmos do
sacramento da reconciliação. Sacramento este que em nada diminui a nossa
humanidade, mas que é a forma de Deus expressar o seu amor por nós!
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