O
Evangelho deste Domingo relata-nos a cura do cego de Jericó.
. O cego. Em virtude da sua
incapacidade, levava o seu dia-a-dia
pedindo esmola, por entre os forasteiros e habitantes da cidade que se
cruzassem com ele. Este cego não é identificado como “mais um cego”, mas
Bartimeu, o filho de Timeu. Trata-se de alguém em concreto, com um nome, uma
história, um perfil, um percurso, expectativas e dificuldades. Não é
inadvertidamente que S. Marcos nos refira esta especificidade neste encontro. Jesus encontra-se com
Bartimeu e não com o Zé, ou com o
“super-Bartimeu”, mas como ele é, verdadeiramente, até com as suas feridas ou
cegueiras. Jesus vem ao nosso encontro e anseia, acima de tudo, que este se
faça o mais transparente possível (connosco próprios e com Ele).
. O grito. Bartimeu, ouvindo dizer que
Jesus de Nazaré por ali também passava, junto de si, gritou de tal modo que os
que estavam com ele, o repreenderam, mandando-o calar... Bartimeu sabia que era
esse o momento tão esperado. Sabia que Jesus era a resposta para o seu
problema. Ele tinha essa expectativa, essa esperança. E não desiste... Tantas
são as vezes em que andamos bloqueados, egoisticamente, por/com cegueiras que
nos fazem desistir e parar. Bartimeu sabia o que queria. Com determinação considerava,
no seu intimo, que Jesus não o iria desapontar e por isso grita para que o
Mestre o veja.
. O salto. Bartimeu deu um salto até
Jesus. Esse salto é o salto da fé. A partir desse salto, a vida de Bartimeu é
nova. Desprendido, atira fora a sua velha capa. Está com o Mestre, pede o que
pretende, tão ansiosamente, e Jesus realiza, pela fé n´Ele, o seu pedido. A fé abre-nos a porta da vida, da luz e da
verdade. Como dom que é, peçamos que ela cresça e vá penetrando todo o nosso
ser, todos os nossos sentidos, especialmente os que estão bloqueados ou
magoados. O encontro verdadeiro, como o
de Bartimeu com Jesus, impele para o seguimento. Não há indiferença ou apatia,
não se volta para o “registo” anterior, sobretudo de cegueira ou pecado, em que
se sobrevivia. Independentemente do estado em que vivamos este encontro com o Mestre
impele para a mudança/cura ou para a confirmação...
Esta
semana, a fim de que “se aumente em nós a fé, a esperança e a caridade” percorramos
este itinerário “terapêutico”: O cego (autoconhecimento), o grito (a súplica),
o salto (o seguimento).
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