segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A força da Esperança

Nos tempos difíceis que vivemos, em que tanto se fala de crise, o nosso Cardeal Patriarca deixa-nos este apelo: “Nesta Noite Santa abramos os nossos corações à Luz. Só isso fará de nós mensageiros da Esperança.”




Esperança, palavra que parece perdida pelo caminho, já quase em vias de extinção neste tempo de crise, dificuldades e desânimo.

Mas esta não é uma noite qualquer, como nos disse o Irmão Christian no filme “Dos Homens e dos Deuses”. Esta noite é especial, porque é aquela em que celebramos o nascimento do Príncipe de Paz. Noite que tem toda a sua densidade na força da Esperança, enraizada na Palavra de Deus e encarnada, tornada acessível a todos os homens, no Menino que nasceu em Belém.

Deixamos aqui alguns tópicos para reflexão baseados nas palavras proferidas por D. José Policarpo na Sé Patriarcal, nesta Noite de Natal, para que nos tornemos de facto mensageiros da Esperança, num mundo tão sedento dela:

 A escuta da Palavra de Deus dá realismo e actualidade à Esperança.

A fé na Palavra de Deus fundamenta a Esperança.



      Palavra de Deus:

• é “eficaz” – realiza o que diz, anuncia e promove.

A Palavra eterna de Deus anuncia repetidamente e promete, por meio dos profetas, nomeadamente do profeta Isaías, o Menino, que nascerá para nós, que “tem o poder sobre os ombros e será chamado conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz” (Is. 9,5).


• é actual – é Deus a dialogar com o seu Povo, agora.

A Palavra do Senhor realiza-se sempre no presente e anuncia a plenitude futura do dom de Deus. Acolher a Palavra faz-nos experimentar imediatamente o seu fruto.

A Esperança é já a experiência presente do dom de Deus.


 
     Esperança:

• Faz-nos experimentar a LUZ.

Luz de que fala a Palavra de Deus, que vem desde a Criação, que no princípio venceu as trevas e definiu as criaturas, e que ilumina as trevas do presente: “O Povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz começou a brilhar” (Is. 9,2).

É essa luz que Isaías fala que brilha hoje no rosto de Jesus Cristo, iluminando todos aqueles que acreditam na promessa. Luz que os pastores, os que primeiro receberam o anúncio do nascimento do Menino, experimentaram: “A glória do Senhor cercou-os de uma grande luz” (Lc. 2,9).

• Ontem e hoje, Cristo, aquele Menino que nasceu para nós, é a luz de Deus, a mesma luz que no início, venceu as trevas. Luz que comunica Vida.

Mergulhar na luz de Cristo e receber a vida nova que essa luz comunica, é a novidade proclamada na Páscoa.




 

Palavra de Deus, Luz, Vida. Expressões de Esperança. Uma não vive sem as outras, uma implica as outras. Todas elas são Cristo.

A urgência é o hoje, o agora, o presente. É o deixarmo-nos inundar por esta Luz, deixá-la transformar as nossas vidas, hoje mesmo, e fazer renascer a esperança.

«A luz de Cristo pode brilhar na nossa vida, nas nossas obras, na maneira como vivemos. Os cristãos podem irradiar à sua volta a luz de Cristo que fundamenta a esperança.

Nesta Noite Santa abramos os nossos corações a esta luz. Só isso fará de nós mensageiros da esperança.»

Texto baseado na homilia de D. JOSÉ POLICARPO, Cardeal-Patriarca,
Sé Patriarcal, 24 de Dezembro de 2010



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