quarta-feira, 3 de março de 2010

O PAPA VEM ATÉ NÓS…
…é Jesus que te está a chamar!
(II)

A caminho da Páscoa, a renovação quaresmal deste ano é ajudada pelo apelo que a vinda do Papa até nós acentua. 
Além do chamamento à fé e ao testemunho, há um outro desafio que a mesma visita nos vem fazer:
«Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.» (Mt 16, 18-19)
De acordo com o texto evangélico, a presença do Sucessor de São Pedro entre nós não é uma visita de cortesia. O Papa vem para que Cristo continue a edificar a sua Igreja entre nós. Esta obra está intimamente ligada à missão e poder das chaves dado à Igreja toda (cf. Mt 18, 18) e confiado a Pedro em primeiro lugar. Mais que um poder disciplinar, ele significa um serviço de comunhão: desligar do pecado e das suas consequências de divisão e exclusão é reconciliar e reunir na comunhão e assim edificar o Corpo de Cristo que é a Igreja.
A comunhão não é um desejo de sã convivência entre os que crêem em Cristo nem uma estratégia de cooperação para uma melhor realização da missão eclesial. É antes um desejo de Cristo no seu último testamento – «que sejam um, como Nós somos Um. Eu neles e Tu em mim, para que eles cheguem à perfeição da unidade e assim o mundo reconheça que Tu me enviaste e que os amaste a eles como a mim» (Jo 17, 22,23) – e um traço constitutivo da Igreja, Corpo de Cristo – «Pois, como o corpo é um só e tem muitos membros, e todos os membros do corpo, apesar de serem muitos, constituem um só corpo, assim também Cristo» (I Cor 12, 12).  Deste modo, a presença entre nós daquele que é sinal e garante da unidade dos cristãos é o ressoar de novo desse pedido que o Senhor fez aos seus na sua última noite. 
Na realidade, é Cristo que está a chamar à conversão que leva à comunhão na unidade.  
Reparemos em alguns traços característicos dessa realidade: 
Aquele que edifica o Corpo de Cristo já não vive para si próprio mas para Aquele que é a Cabeça – Cristo – e para os demais membros do corpo.  
Aquele que edifica o Corpo de Cristo já não procura guardar a todo o custo a sua vida, mas dá-la àqueles que dela necessitam para construir a nova realidade orgânica a que pertencem.  
Aquele que edifica o Corpo de Cristo já não se pertence a si próprio mas descobre a alegria de pertencer àqueles a quem se entrega.  
Aquele que edifica o Corpo de Cristo já não procura protagonismos pessoais mas a glória de Deus e o bem comum.  
Aquele que edifica o Corpo de Cristo já não vive pelas suas sensibilidades mas pelo modo como todas (as suas e as dos demais) concorrem para uma realidade comum.  
Aquele que edifica o Corpo de Cristo já não se apressa a rotular e definir mas a converter(-se) e a reunir.
Aquele que edifica o Corpo de Cristo já não se fica pela sua realidade familiar, paroquial ou espiritual mas abre-se à dimensão diocesana e universal.  
Aquele que edifica o Corpo de Cristo já não se vê encerrado na circunstância do tempo e do espaço que são os seus, mas alarga-se ao tamanho do Reino, eterno e universal.  
Acolher, nesta atitude, a visita do Papa é reconhecer que n’ele, Jesus repete o seu pedido, agora dirigido a estes seus discípulos! 
Para a nossa diocese, esta será uma hora de graça!  
Para todos os que estiverem presentes, esta será uma hora de graça!  
CORAGEM! LEVANTA-TE QUE É JESUS QUE TE ESTÁ A CHAMAR! (cf. Mc 10, 49)

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